Foto Cícero Oliveira
A ciência busca entender e enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.
Neste mês de agosto, pesquisadores do Laboratório de Biodiversidade e Nutrição (LabNutrir/UFRN), do Departamento de Nutrição (DENUT/CCS/UFRN), participaram da 1ª Reunião de Perspectivas Multidisciplinares sobre as Mudanças Climáticas da Rede Resiclima, em Recife-PE. O encontro foi importante por promover uma abordagem integrada e multidisciplinar para se compreender as variadas dimensões das transformações climáticas e suas implicações.
No encontro, os pesquisadores tiveram a oportunidade de trocar conhecimentos e debater os efeitos dessas mudanças com estudiosos do Brasil e do exterior. Foram discutidas a capacidade de produção de alimentos, eventos climáticos extremos, biodiversidade, vulnerabilidades socioeconômicas, características psicológicas de enfrentamento e percepção de mudanças no clima, assim como combate à desinformação científica, o negacionismo climático, entre outros assuntos.
A UFRN foi representada pela professora, do Departamento de Nutrição e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Michelle Jacob; pelo professor, dos Programas de Pós-graduação em Ciências da Nutrição da UFPB e em Ciências Sociais da UFRN, Sávio Gomes; e pela professora Viviany Chaves, da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM). A pesquisadora Carla Djaine Teixeira, da Pós-graduação em Ciências Sociais, participou apresentando um trabalho sobre Flexitarianismo, uma dieta em que as pessoas reduzem conscientemente o consumo de carnes, sobretudo motivadas pela questão da sustentabilidade ambiental. A pesquisa de Djaine tenta avaliar os aspectos psicológicos e sociais de pessoas que são flexitarianas para, a partir da análise de dados, sugerir dietas que tenham menor quantidade de produtos de origem animal.
A Resiclima é uma colaboração entre instituições de pesquisa do Brasil e do exterior que conecta a UFRN a outras diversas instituições acadêmicas, como UFPE, UFRPE, UFPB, UPE, UFMA, Unifesspa, UNIVASF, UNEAL, UFAL, USP, UnB, , PUC-Rio, UFU, Universidad Nacional del Comahue (Argentina), Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo (México), Universidade do Michigan (EUA), Universidade de Turku (Finlândia) e Universidade de Osnabrück (Alemanha).
Ao final do evento, foi divulgada uma Carta Aberta à Sociedade, na qual é apresentado um cenário com alertas e sugestões para o enfrentamento do agravamento da crise climática. Um trecho da carta ressalta a importância da valorização da pesquisa e da ciência, pontuando que “é crucial garantir o financiamento contínuo e adequado à pesquisa e à ciência, com recursos oriundos de todas as esferas do poder público. Só assim será possível entender e enfrentar os efeitos das mudanças climáticas com base nas melhores evidências científicas disponíveis”.
A Carta também destaca a complexidade das mudanças climáticas, cujos efeitos muitas vezes são imperceptíveis, mas têm consequências graves. Como exemplo, os estudos apontaram o aumento dos casos de ansiedade e depressão; problemas no desenvolvimento neurológico; crescente incidência de diferentes formas de má nutrição, como desnutrição e obesidade; maior ocorrência de problemas cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC); redução da capacidade de alimentar e cuidar da saúde das pessoas devido ao esgotamento dos recursos naturais e o aumento na incidência de desafios climáticos, sociais, culturais e ambientais para povos indígenas e comunidades tradicionais em todo o mundo.
A Rede também está à procura de voluntários para participar de uma coleta nacional de dados que busca compreender as transformações climáticas e suas implicações. O estudo quer compreender se as personalidades são capazes de influenciar na predisposição dos indivíduos a adotarem comportamentos pró-ambientais, na sua conexão com a natureza. A inscrição e o questionário podem ser conferidos online. Para participar, o voluntário precisa ter mais de 18 anos e responder questões sobre ações individuais e coletivas no enfrentamento da emergência climática global.
Fonte AGECOM-UFRN
Vilma Torres
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