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Foto do escritorAldemar Almeida

Pesquisa desenvolvida na Maternidade Escola da UFRN ganha destaque internacional

Um estudo desenvolvido na Maternidade Escola Januário Cicco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (MEJC-UFRN/Ebserh), analisa a dieta de bebês prematuros para contribuir com a saúde dos recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin).

A pesquisa foi conduzida pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da Mulher (PPgCASM), a nutricionista Thayanne Gurgel de Medeiros Mendes, sob orientação da professora do Departamento de Nutrição da UFRN, Márcia Marília Gomes Dantas Lopes, e coorientação da professora Juliana Darmeto. O PPgCASM desenvolve pesquisas nas diferentes fases da vida da mulher. É o primeiro mestrado acadêmico a funcionar em uma unidade hospitalar, vinculada à Ebserh.


Segundo Thayanne Mendes, a pesquisa contribui para entender o processo de adequação dos bebês da Utin à dieta e a construir estratégias e protocolos para que a equipe assistencial possa atuar. “De forma geral, os bebês prematuros tendem a demorar na adequação da dieta. E isso vai ajudar a procurar estratégias, desenvolver metodologias para atuar precocemente e evitar que isso ocorra em tempo mais prolongado”, afirma.

“O nascimento de um bebê prematuro é um evento de grande complexidade e a nutrição adequada desempenha um papel fundamental no ganho de peso e no desenvolvimento do bebê. Em nossa pesquisa, constatamos que o peso ao nascer influencia o tempo necessário para atingir a adequação nutricional, ou seja, quanto menor o peso, maior o tempo para adequar à dieta”, explica.


A nutricionista, formada pela UFRN em 2019, explicou que a pesquisa começou durante a residência na MEJC e teve prosseguimento no mestrado, que também é desenvolvido na maternidade. “Tivemos apoio das equipes da MEJC, coletamos os dados sobre a dieta dos bebês prematuros para avaliar se eles conseguiam se adequar à dieta em tempo considerado que a literatura traz com adequado”, conta.


A orientadora Márcia Lopes avalia que o estudo traz uma série de benefícios para o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), como a melhora nos resultados clínicos, considerando que as dietas adequadas podem melhorar a sobrevivência e o desenvolvimento a longo prazo dos recém-nascidos pré-termo, reduzindo complicações e promovendo um crescimento saudável.

“Promove também eficiência no uso de recursos, considerando que, mediante avaliação da adequação das dietas e sua relação com o peso de nascimento, é possível identificar práticas que otimizam os recursos disponíveis. Isso ajuda a garantir que as intervenções sejam direcionadas de maneira eficaz, evitando desperdícios e melhorando o uso dos recursos limitados nas UTIs neonatais”, acrescentou, explicando que a análise dessas relações pode contribuir para a formulação de protocolos de nutrição mais eficazes e personalizados.

Destaque internacional

A pesquisa resultou na publicação de um artigo na revista Journal of Pediatric Gastroenterology & Nutrition, com qualificação de Qualis A2, que contempla periódicos científicos de excelência internacional. A publicação foi comemorada pelas equipes da maternidade e da universidade e é um exemplo do nível de qualidade do ensino e pesquisa associados à assistência na instituição.

O artigo, intitulado Enteral adequacy of the diet of low-birth-weight preterm newborns: A prospective cohort study (Adequação nutricional da dieta enteral de recém-nascidos pré-termo: um estudo de coorte prospectiva), está disponível neste link.

A pesquisadora Thayanne Mendes assina o texto juntamente com Amanda Caroline Pereira Nunes, Ana Verônica Dantas de Carvalho, Juliana Dantas de Araújo Santos Camargo, Juliana Fernandes dos Santos Dametto e Márcia Marília Gomes Dantas Lopes.

Para Márcia Lopes, a publicação mostra a importância da nutrição na assistência ao prematuro, enfatizando a necessidade de um manejo nutricional adequado para alcançar resultados terapêuticos satisfatórios, considerando não apenas o volume, mas também a composição de macronutrientes na dieta enteral.

“Enfrentamos notáveis desafios na busca da alimentação enteral plena, especialmente para bebês com menor peso ao nascer. Nossas descobertas destacam a urgência de uma abordagem multidisciplinar que otimize resultados para esta população vulnerável”, afirma. A docente também lembra a importância da MEJC como campo de prática na assistência à mulher e ao recém-nascido.

“Os profissionais da MEJC contribuem no monitoramento da saúde da mãe e do bebê, oferecendo acompanhamento pré-natal para identificar e tratar condições que possam afetar a gravidez e o parto, e cuidados pós-natais para apoiar a recuperação da mãe e o desenvolvimento saudável do recém-nascido. O cuidado na maternidade frequentemente envolve uma abordagem interdisciplinar, com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, nutricionistas e outros profissionais trabalhando juntos para oferecer um cuidado abrangente e coordenado”, destaca.

Sobre a Rede Ebserh


A MEJC-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados às universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.


Fonte: Agecom-UFRN

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